segunda-feira, 23 de julho de 2012

'O problema do Bruno Mazzeo é com o Danilo Gentili, não comigo', diz Roger


"Eu não tenho nada a ver com isso." É com essas palavras que Roger Moreira, líder do Ultraje a Rigor, explica ao iG a recente discussão que teve com o ator Bruno Mazzeo. "O problema dele é com o Danilo Gentili. Só que acabou sobrando para mim."
Veja letras e ouça músicas do Ultraje a Rigor
Na última sexta-feira (dia 13), Mazzeo escreveu no Facebook que o Ultraje estaria vivendo "um fim de carreira dramático" por tocar no "Agora É Tarde", programa de Gentili na Bandeirantes. Roger então respondeu, também via Facebook, que não estava em fim de carreira e nem vivia nenhum drama.

"Seria até natural se eu estivesse decadente, mas, ao contrário, acabo de lançar um disco que está em primeiro lugar entre os mais vendidos no iTunes. Para falar de decadência, você precisaria, no mínimo, ter estado no topo um dia. Mas você é garoto, tem chão ainda. Aprenda com seus erros", escreveu.
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Roger já considera o assunto encerrado. "O Bruno escreveu, eu respondi, ele reconheceu o erro. Pronto, resolvido", contou, em entrevista por telefone nesta terça (17) após gravar o "Agora É Tarde". "Agora, se ele e o Danilo têm algum problema, isso é com eles, não comigo."
"Agora É Tarde"
O líder do Ultraje está bastante contente com o seu "emprego fixo" no programa de Gentili. "Eu estava pensando em me aposentar de fazer shows, porque não gosto de ficar na estrada, nem de viajar de avião", explica. "Aí veio esse convite do Danilo. É exatamente o que eu queria neste momento da minha vida."


Divulgação
Capa de "O Embate do Século"

Roger e o Ultraje gravam durante a semana. "Temos horário para entrar e mais ou menos horário para sair. E, para melhorar, o estúdio da Bandeirantes é perto da minha casa", afirma o cantor, que mora no Morumbi, zona sul de São Paulo.
Os finais de semana ficam livres para shows. "Mas tem que ser em São Paulo ou em cidades mais próximas", ressalta. Aos 55 anos de idade e 30 de carreira, Roger quer sossego.
"Quando o primeiro disco do Ultraje estourou, pensei como um jogador de futebol: 'O sucesso deve durar uns cinco anos, então vamos aproveitar enquanto há tempo'", brinca. "Mas estamos bem até hoje. Mesmo nos anos 1990, que foram bem ruins para o rock, nós continuamos fazendo muitos shows, mesmo estando fora da mídia."
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Na opinião de Roger, o segredo da longevidade de sua geração é o idealismo. "A gente fazia o que gostava. Não só o Ultraje - Legião, Titãs e outros também. Ninguém calculava o que poderia fazer sucesso ou não."
"O Embate do Século"
Além de tocar no "Agora É Tarde", o Ultraje a Rigor está com um novo disco na praça. Intitulado "O Embate do Século", o álbum é dividido com o Raimundos. "Eles tocam músicas da gente, a gente toca músicas deles", diz Roger. "Foi uma ideia do (produtor) Rafael Ramos, da Deckdisc. Quando ele sugeriu, eu topei na hora."
O Ultraje toca, por exemplo, canções como "Puteiro em João Pessoa" e "Eu Quero Ver o Oco". "Eu fiz uma lista de músicas que queria gravar, que era bem parecida com a lista do Rafael Ramos. A gravação foi bem rápida, em três finais de semana estava tudo feito. Gravar é fácil, compor é que dá trabalho."
Só não espere ver uma turnê conjunta de Ultraje e Raimundos para promover o disco. "Com as gravações do 'Agora É Tarde', não dá para fazer turnê. No máximo vai haver um ou outro show. Estamos quase fechando um no Rio de Janeiro no final do ano."

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Gentili apresenta novo espetáculo


Danilo Gentili, reconhecido como humorista, escritor, cartunista, repórter, empresário e apresentador é sucesso por onde passa, garantindo muita risada a todo seu público. O humorista chega à Curitiba para apresentações amanhã (21 horas) e domingo  (19 horas) com seu novo show Danilo Gentili - Volume 1, no Teatro Guaíra.
O espetáculo é baseado em características cotidianas e de sua própria vida, suas colocações entram em rápida sintonia com a plateia que se identifica com as situações apresentadas. São histórias comuns, como problemas urbanos, decepções e desencontros. A apresentação é sucesso garantido, afinal mais de 300 mil espectadores conferiram e aprovaram o stand-up em São Paulo, exibido durante aproximadamente dois anos.
Gentili tem 33 anos e faz parte da nova geração do humor brasileiro. Começou a carreira de stand up apresentando-se em diversas casas espalhadas pelo país, mas ganhou projeção nacional como integrante do famoso programa de humor jornalístico CQC.



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Danilo Gentili vira empreendedor do 'stand-up' e investe em bares e imóveis

Nos últimos anos, Danilo Gentili acumulou experiência, bens e quilos extras. "Sempre fui magro pra c... Ganhei dinheiro, engordei", diz. Acha que precisa perder uns 7 kg, mas não sabe quanto pesa o corpanzil de 1,92 m.



Danilo Gentili em seu apartamento, na Bela Vista, com placa confeccionada nos tempos de "CQC"


Danilo Gentili em seu apartamento, na Bela Vista

Detalhes de mural no apartamento de Gentili, na Bela Vista

Quadro no Comedians, clube que Gentili abriu na rua Augusta


Gentili no cenário de seu programa na Band, "Agora É Tarde"



Gentili em show que fez em 2010 em Brasília, durante o segundo turno das eleições presidenciais



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O tino para negócios alargou também o patrimônio do humorista de 32 anos. Com o dinheiro ganho fazendo comédia, comprou três apartamentos. Mora num deles, na Bela Vista, na companhia de um cacto que ganhou da mãe, e aluga os outros. Quer investir em mais imóveis.
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Outra parte de sua renda vai para a construção de uma pequena "Xanadu" do humor. No final de junho, o ex-repórter do "CQC" completou um ano à frente de seu programa próprio na Band, o noturno "Agora É Tarde", que registra pico de 14 pontos de audiência. "Antes da gente, a média do horário era 0,6."
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Fora da TV, Gentili ergue um pequeno império que começou com um bar na rua Augusta, o Comedians, voltado a apresentações de 'stand-up comedy' --gênero que o consagrou. Rafinha Bastos, ex-colega do "CQC", é sócio, mas "aparece pouco" por lá. Já Gentili dá pitaco em tudo: do design do cardápio (que traz desenhos dele) até decidir se vale a pena gastar R$ 2.000 numa "máquina desentupidora" (acha que vale).
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Junto com o empresário Ítalo Gusso, negocia a compra de outro bar, em Moema, e quer investir no ramo da gastronomia. Também planeja criar um especial para a TV paga, um jogo de tabuleiro e um documentário. Vai estrear no cinema em um longa de ficção, "Mato sem Cachorro", dirigido por Pedro Amorim. Tudo voltado à comédia.
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"Tô preocupado não com o deslumbre, mas com a fase em que tudo vai acabar e vou ter que voltar a pegar caixa no shopping", ele diz à repórter Anna Virginia Balloussier. Antes de decidir ganhar a vida como humorista, foi carregador de caixas e até funcionário público em sua cidade natal, Santo André (SP). "Lá eu era auxiliar administrativo do setor dos garis. Cheguei a varrer rua, quando teve enchente."
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A conta bancária ainda não seria milionária. Gentili afirma que está longe de tirar R$ 1 milhão por mês, como outros apresentadores. "Perto disso, só se for por ano."
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Não faz o tipo "esbanjador". Amigos o descrevem como sossegado e avesso a baladas. Ele acha que seu ibope com a mulherada não aumentou tanto assim. "Mulher anônima é muito mais pegadora do que homem famoso", afirma enquanto degusta um polpetone no restaurante América dos Jardins.
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Na área de serviço do seu apê, o varal está lotado de camisetas brancas. Em fotos de 2009, já aparecia com o mesmíssimo visual. Terno é uniforme de trabalho desde os tempos de "CQC" --onde estreou se fingindo de repórter inexperiente para Agnaldo Timóteo, em 2008. Com "Agora É Tarde", ele vira o âncora, "o amigo sacana que está te recebendo em casa".
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No 'talk show', já entrevistou de Marilia Gabriela a Gretchen. Para fazer o programa engrenar, no começo, Gentili chegou a contratar uma agente especializada em contatar personalidades.
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"Nos Estados Unidos, as pessoas querem participar. Presidente americano faz fila para ir a um programa de comediante. A cultura aqui é mais coronelesca. É 'falou mal de mim, conheço tal agência de publicidade que não vai dar mais dinheiro.'"
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Gentili acha que o diferencial da sua geração é saber dar a cara a tapa. "Comediante brasileiro, para fazer piada, precisa se vestir de loira, de português. Não me escondo atrás do personagem para fazer aquela velha piada que não ofende ninguém."
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A diferença do 'stand-up', diz, é transformar as próprias fraquezas em matéria-prima. "Oi, faço isso porque meu pau é pequeno, sou um merda, um fracassado", brinca.
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É também um "monoteísta free-lancer". "Só acredito em um Deus, em mais nada." Na adolescência, frequentou a igreja batista e pensava em ser pastor. Piadista da congregação, trocou o mote "S.O.S. da vida" por "$.O.$. da vida" numa faixa.
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Na carreira, duas piadas causaram quase tanta comoção quanto a tirada de Rafinha Bastos sobre o bebê de Wanessa Camargo.
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Em 2009, Gentili questionou se King Kong, um macaco que "fica famoso" e "pega uma loira", pensava ser um jogador de futebol. No ano passado, voltou à berlinda ao dizer que entendia "os velhos de Higienópolis temerem o metrô", pois "a última vez em que chegaram perto do vagão foram parar em Auschwitz".
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Não teme patrulha. "Tem gente que me acha um babaca. As pessoas vão ter todos os motivos para achar isso de qualquer um. Fala um nome que você quiser. Madre Teresa? Muitos acham ela uma babaca também", afirma.
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Uma das melhores dicas que recebeu foi de uma de suas vítimas preferidas. "Vim te dar um conselho", ele diz imitando o jeito de falar do deputado Paulo Maluf (PP-SP), que certa vez o puxou num canto e veio com esta: "Nunca se justifique. Seus amigos não precisam, eles já gostam de você. E seus inimigos não vão se contentar com isso".
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Por um ano, até o meio de 2011, Gentili tomou antidepressivo contra distimia (um tipo de depressão). "Sai um peso", relata. O diagnóstico veio em 2010, quando ele conta que levava "uma vida totalmente conturbada". O quadro de tristeza do humorista foi se instalando depois de uma sequência de perdas.
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"Primeiro perdi pai [de infarto], após seis meses, irmã [acidente de carro]. Depois, perdi emprego, tudo. Juntou com uma época em que trabalhava pra c... Pensei: 'Quer saber, mano? Tô ganhando dinheiro, vou me cuidar."
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E agora, o humorista é feliz? Ele responde com uma letra de Odair José: "Felicidade não existe, existem momentos felizes".
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"Comédia não é feita com alegria. É válvula de escape para você tentar rir de uma coisa que pode te ferir. É tábua de salvação."